O que são e qual o seu aspeto?
A estomatite aftosa recorrente (EAR) vulgarmente conhecida como aftas é a doença ulcerativa mais comum da mucosa oral. Por norma, inicia-se na infância e afeta cerca de 25% da população mundialmente.
Caracterizam-se por feridas ou lesões na mucosa oral, sendo mais frequente no sexo feminino que masculino e podem aparecer de forma isolada ou em grupo. São dolorosas e por vezes até incapacitantes, podendo ter tamanhos distintos e cicatrizarem em tempos diferentes. Por norma são lesões bem demarcadas, redondas ou ovaladas, rasas, normalmente esbranquiçadas ou cinzentas-amareladas, rodeadas por uma auréola vermelha e podem aparecer em toda a nossa boca:
- Mucosa Oral
- Língua
- Gengiva
- Lábios
- Palato mole
Normalmente cicatrizam em 14 dias, de forma espontânea, mesmo sem qualquer tratamento. No entanto, se não for o caso, deverão ser vistas por um médico dentista.
Como surgem?
A sua origem não está completamente esclarecida, mas parece ocorrer em famílias.
No entanto podemos destacar alguns fatores predisponentes:
- Traumatismos (ex. mordeduras acidentais na mucosa dos lábios ou interior das bochechas, escovagem muito agressiva);
- Pobre higiene oral;
- Momentos de maior stress a nível físico ou psicológico;
- Presença de hiperacidez bucal;
- Presença de aftose na família;
- Deficiência nutricional / Dieta pobre em ferro, ácido fólico, vitamina B12 por exemplo;
- Hipersensibilidade a alimentos: nozes, citrinos por exemplo;
- Condição endócrina: estrogénio/progesterona;
- Sistema imune debilitado, doenças autoimunes ou reações a medicamentos;
Tratamento
- Tópico (preferível e primeira linha de opção pela eficiência, segurança e menor incidência de efeitos colaterais que apresentam):
- Soluções antissépticas ou antibacterianas – sob a forma de colutórios para bochecho, géis ou gotas;
- Produtos naturais: extrato de alcaçuz, ainda que sem evidência científica;
- Soluções anestésicas;
- Anti-inflamatórios, são os mais atualizados.
- Sistémico (quando o tratamento tópico não resolve e/ou manifestações severas tal como diarreia, dor abdominal, náuseas, fadiga ,…).
- Laser de baixa potência: Atualmente tem sido verificado um aumento da utilização do laser de baixa potência como opção para o tratamento da EAR graças ao seu efeito analgésico, estimulação do processo de cicatrização e promoção do alívio da dor.
Uma vez que o aparecimento destas lesões é multifatorial, o ideal é estabelecer primeiro a etiologia, isto é, a causa para o aparecimento destas lesões, e realizar o tratamento dirigido à causa. Como sabemos, uma deficiência nutricional de vitamina B12 pode ser a causa para o aparecimento de aftas. Assim, o tratamento ideal será a suplementação da vitamina em falta. Esta terapêutica consiste numa resolução simples, barata e de pouco risco aos pacientes com EAR, reduzindo o número de úlceras orais e da dor.
Referências
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- Meixedo V. Laser de baixa intensidade em Aftas e Herpes Protocolos clínicos. [Internet]. [Porto]. Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto; 2019. [citado 18 de janeiro de 2024]. Disponível em: https://hdl.handle.net/10216/121756
- Oliveira M. Caracterização da estomatite aftosa recorrente numa população infanto juvenil. [Internet]. [Porto]. Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto; 2017. [citado 17 de janeiro de 2024]. Disponível em: http://hdl.handle.net/10216/107291
Referências de imagens
- ISDIN. Aftas bucais. [Internet]. 2024 [citado a 19 de janeiro de 2024]. Disponível em: https://www.isdin.com/pt-PT/higiene-oral/bexident-aft-aftas-ulceras-bucais/.(sem autorização do autor).
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- Two Care Clínica Dentária. Aftas. 2024 [citado a 16 de janeiro de 2024]. Disponível em: https://www.dentista-lisboa.pt/blog-dentista-lisboa/doencas-da-boca/aftas . (sem autorização do autor).