ATM e o paciente pediátrico -

ATM e o paciente pediátrico

ATM

Raramente os pais ou responsáveis da criança procuram tratamento para as desordens da ATM. No entanto, o médico dentista deve estar atento aos primeiros sinais e sintomas que a criança possa manifestar, de forma a haver uma rápida resolução e, caso não seja possível reverter, pelo menos prevenir a sua progressão.

Normalmente, nas crianças existe dificuldades em verbalizar a localização exata da dor facial, bem como a sua natureza. No que toca à ATM, a história da dor, quando esta existe, é uma história não definida, sendo muito importante haver uma boa avaliação clínica.

avaliação clínica compreende um exame clínico a:

  • Músculos da mastigação;
  • ATM’s;
  • Estruturas capsulares;
  • Estruturas ligamentares;

Este exame, aliado a sintomatologia que a criança possa referir (dores de cabeça, sintomas otológicos, dores faciais), pode levar à desconfiança de uma desordem temporomandibular (DTM).

Em termos epidemiológicos, sabe-se que, entre os 12 e os 18 anos, cerca de 7% das crianças e jovens apresentam DTM

Alguns estudos têm demonstrado a correlação entre a frequência de dores de cabeça e de sintomas otológicos e a ocorrência de DTM’s, no entanto ainda é um pouco controverso.

À medida que as crianças vão crescendo e vão alterando a sua dentição – passando da dentição temporária para a dentição mista precoce, para a dentição mista tardia e finalmente para a dentição permanente – há um aumento da prevalência das DTM’s.

Howard (2013) verificou uma coincidência entre uma maior prevalência de DTM’s e algumas alterações na oclusão, como:

  • Mordidas cruzadas posteriores;
  • Mordida aberta anterior;
  • Classes III de Angle;
  • Overjet superior a 6mm;

Em relação à etiologia, existem três tipos de fatores:

    • Fatores predisponentes (ou de risco) – o paciente tem-nos, mas o facto de os ter não significa que tenha uma DTM (requerem fatores precipitantes para desenvolver a patologia):
      • Sistémicos:
        • Artrite reumatóide;
        • Espondilite anquilosante;
        • Lúpus eritematoso sistémico;
        • Artrite idiopática infantil;
        • Hipermobilidade articular generalizada;
      • Psicossociais;
        • Fisiológicos;
        • Estruturais (oclusão, anomalias de desenvolvimento músculo-esquelético e articular); 

    • Fatores precipitantes (trauma) – combinados com os predisponentes, desencadeiam uma DTM:
      • Atividades repetidas numa postura incorreta;
        • Força inadequada (tocar instrumentos de sopro ou violino);
        • Má postura durante o sono;

  • Fatores perpetuantes – por si só não proporcionam DTM, mas associados a outras causas e fatores, podem mantê-las ao longo do tempo:
    • Parafunções;
    • Doenças sistémicas;
    • Factores oclusais;
    • Stress psicológico;

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